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Entenda a Lista Mundial da Perseguição

Mais de 380 milhões de cristãos são perseguidos em todo o mundo. Saiba como essa perseguição acontece.
O Quirguistão foi o país que mais subiu posições devido ao aumento da violência contra os cristãos

Quais são os principais destaques da Lista Mundial da Perseguição 2025?

O departamento de investigação da Portas Abertas elabora a Lista Mundial da Perseguição (LMP) com base numa metodologia própria, que tem sido atualizada ao longo dos anos para aumentar a credibilidade, objetividade, transparência e qualidade académica do estudo. Além disso, a pesquisa que dá origem à LMP é auditada pelo Instituto Internacional pela Liberdade Religiosa (International Institute for Religious Freedom – IIRF). Desde 1993, a Portas Abertas publica a LMP todos os anos. O objetivo é monitorizar e medir o nível de perseguição que os cristãos enfrentam em todo o mundo.

Quem são os cristãos perseguidos?

Cristão perseguido é qualquer pessoa que se identifica como cristã e sofre pressão e/ou violência por seguir Jesus. Normalmente pertence a uma comunidade cristã, mas há também cristãos que não estão ligados a nenhuma denominação específica, como muitos cristãos secretos. A perseguição é entendida como qualquer hostilidade sofrida por causa da identificação com Cristo. Inclui atos como restrição, discriminação, oposição, injustiça, intimidação, maus-tratos, agressão física e sexual, e até a morte.

Como os cristãos são perseguidos?

Basicamente, a perseguição acontece de duas formas: pressão e violência.

  • Pressão: exclusão, insultos, maus-tratos, perda de emprego, expulsão de casa ou da família, entre outros.
  • Violência: agressões físicas e sexuais, destruição de igrejas, casas e negócios, ataques, prisão, sequestro, tortura, prisão domiciliária, etc.

Que tipos de perseguição os cristãos enfrentam?

Os cristãos enfrentam nove tipos de perseguição. Cada um resulta de dinâmicas de poder que geram hostilidade contra os cristãos.
Opressão islâmica
quando países, comunidades e famílias estão forçadamente sob controle islâmico. Isso pode ser feito gradualmente por um processo de islamização sistemática (aumentando a pressão) ou repentinamente pelo uso da força militante (violência) ou por ambos. Ex.: ação de grupos extremistas islâmicos, como Estado Islâmico e Boko Haram.
Nacionalismo religioso (hinduísmo)
quando países, comunidades ou famílias são pressionados a submeter-se ao controlo de uma religião específica (diferente do islão). Pode ser gradual e sistemático (aumento da pressão) ou abrupto (violência). Ex.: nacionalismo hindu na Índia.
Nacionalismo religioso (budismo)
situação semelhante, mas envolvendo o budismo como religião dominante.  Pode ser gradual e sistemático (aumento da pressão) ou abrupto (violência).
Nacionalismo religioso (judaísmo)
quando países, comunidades ou famílias são pressionados a submeter-se ao controlo do judaísmo. Pode ser gradual e sistemático (aumento da pressão) ou abrupto (violência).
Opressão do clã
quando um clã ou família tradicional impõe normas, valores ou sistemas de crenças. Normalmente combina aumento gradual da pressão com episódios de violência. Ex.: cristãos expulsos de comunidades indígenas no México.
Hostilidade etno-religiosa
quando um grupo étnico ataca outro por causa da religião diferente. Em casos extremos, o grupo agressor tenta eliminar a presença do outro. Ex.: cristãos nigerianos atacados e expulsos por extremistas fulanis.
Protecionismo denominacional
quando cristãos são perseguidos por uma denominação que se considera a legítima ou dominante do cristianismo no país. Normalmente mistura pressão subtil com violência rara. Ex.: cristãos protestantes perseguidos pela Igreja Ortodoxa na Eritreia.
Opressão comunista e pós-comunista
quando o Estado, mesmo após a queda do comunismo, persegue e controla a igreja. A violência física é menos visível, mas o controlo é completo. Ex.: Ásia Central.
Intolerância secular
quando a sociedade é moldada segundo valores e normas do secularismo, que podem ir contra os princípios cristãos (sexualidade, casamento, símbolos religiosos, registo de igrejas, etc.). Ex.: cristãos na Colômbia que discordam do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Paranoia ditatorial
governos autoritários que fazem de tudo para manter o poder, impedindo críticas e oposição. Usam pressão e violência, mas a ameaça é suficiente para forçar a igreja à clandestinidade. Ex.: cristãos no Uzbequistão proibidos de fazer atividades religiosas fora das igrejas aprovadas.
Corrupção e crime organizado
acontece quando os cristãos vivem em zonas dominadas por grupos ou indivíduos que agem com total impunidade, anarquia e corrupção, só para se enriquecerem. Há dois grandes “ramos”: a corrupção dentro das próprias estruturas do Estado e a corrupção vinda da sociedade através do crime organizado. Nestes contextos, os cristãos vivem debaixo de pressão, com medo de sofrer violência caso não sigam as ordens desses grupos. Ex.: cristãos na Colômbia em regiões controladas pelas guerrilhas.
Corrupção e crime organizado
acontece quando os cristãos vivem em zonas dominadas por grupos ou indivíduos que agem com total impunidade, anarquia e corrupção, só para se enriquecerem. Há dois grandes “ramos”: a corrupção dentro das próprias estruturas do Estado e a corrupção vinda da sociedade através do crime organizado. Nestes contextos, os cristãos vivem debaixo de pressão, com medo de sofrer violência caso não sigam as ordens desses grupos. Ex.: cristãos na Colômbia em regiões controladas pelas guerrilhas.
Opressão islâmica
quando países, comunidades e famílias estão forçadamente sob controle islâmico. Isso pode ser feito gradualmente por um processo de islamização sistemática (aumentando a pressão) ou repentinamente pelo uso da força militante (violência) ou por ambos. Ex.: ação de grupos extremistas islâmicos, como Estado Islâmico e Boko Haram.
Nacionalismo religioso (hinduísmo)
quando países, comunidades ou famílias são pressionados a submeter-se ao controlo de uma religião específica (diferente do islão). Pode ser gradual e sistemático (aumento da pressão) ou abrupto (violência). Ex.: nacionalismo hindu na Índia.
Nacionalismo religioso (budismo)
situação semelhante, mas envolvendo o budismo como religião dominante.  Pode ser gradual e sistemático (aumento da pressão) ou abrupto (violência).
Nacionalismo religioso (judaísmo)
quando países, comunidades ou famílias são pressionados a submeter-se ao controlo do judaísmo. Pode ser gradual e sistemático (aumento da pressão) ou abrupto (violência).
Opressão do clã
quando um clã ou família tradicional impõe normas, valores ou sistemas de crenças. Normalmente combina aumento gradual da pressão com episódios de violência. Ex.: cristãos expulsos de comunidades indígenas no México.
Hostilidade etno-religiosa
quando um grupo étnico ataca outro por causa da religião diferente. Em casos extremos, o grupo agressor tenta eliminar a presença do outro. Ex.: cristãos nigerianos atacados e expulsos por extremistas fulanis.
Protecionismo denominacional
quando cristãos são perseguidos por uma denominação que se considera a legítima ou dominante do cristianismo no país. Normalmente mistura pressão subtil com violência rara. Ex.: cristãos protestantes perseguidos pela Igreja Ortodoxa na Eritreia.
Opressão comunista e pós-comunista
quando o Estado, mesmo após a queda do comunismo, persegue e controla a igreja. A violência física é menos visível, mas o controlo é completo. Ex.: Ásia Central.
Intolerância secular
quando a sociedade é moldada segundo valores e normas do secularismo, que podem ir contra os princípios cristãos (sexualidade, casamento, símbolos religiosos, registo de igrejas, etc.). Ex.: cristãos na Colômbia que discordam do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Paranoia ditatorial
governos autoritários que fazem de tudo para manter o poder, impedindo críticas e oposição. Usam pressão e violência, mas a ameaça é suficiente para forçar a igreja à clandestinidade. Ex.: cristãos no Uzbequistão proibidos de fazer atividades religiosas fora das igrejas aprovadas.

Como é a perseguição por violência?

Cada país tem um índice de violência baseado no número de incidentes contra cristãos, incluindo mortos, presos, ataques a igrejas, casas e lojas, entre outros.

1. Cristãos mortos

Em muitos países, só o facto de alguém ser cristão já chega para que os nossos irmãos e irmãs percam a vida. Durante o período de pesquisa da LMP 2025, 4.476 cristãos foram mortos simplesmente por amarem e seguirem Jesus.

2. Igrejas e outras propriedades públicas cristãs atacadas

Segundo as estimativas, o Ruanda ultrapassou a China e ficou em primeiro lugar no número de ataques a igrejas e outras propriedades cristãs. Só lá aconteceu 52% de todos os casos registados. A China está em segundo, seguida da Índia, Nicarágua, México e Sudão.

3. Cristãos presos, condenados ou detidos sem julgamento

O número de cristãos presos, condenados ou detidos sem julgamento por acreditarem em Jesus chegou a 4.744 na LMP 2025 – um aumento de 15% em relação à pesquisa anterior. A Índia é o país onde mais cristãos foram presos sem julgamento por causa da fé. Foram 1.629 detenções, representando 45% dos casos.

4. Cristãos abusados física e psicologicamente 

Nem sempre a violência contra os cristãos acaba em morte – muitos acabam por sofrer abusos físicos e psicológicos. Na LMP 2025, esse número subiu 28%, passando de 42.849 na LMP 2024 para 54.780 casos. Estes números referem-se a abusos físicos ou psicológicos por causa da fé, incluindo espancamentos e ameaças de morte.

5. Cristãos forçados a fugir de casa e do país

O total de cristãos deslocados dentro do próprio país ou obrigados a fugir como refugiados é de 209.771. Ao todo, são 67 países na lista onde cristãos tiveram de abandonar a sua casa ou o seu país. Em 26 dessas nações, pelo menos 100 cristãos foram forçados a tornar-se deslocados internos.

Principais tendências da LMP 2025

Este ano, o aumento da violência contra cristãos trouxe mudanças grandes no nível de perseguição em vários países. Eis as principais tendências que marcaram a LMP 2025. Os dados foram recolhidos entre 1 de outubro de 2023 e 30 de setembro de 2024.

1. Violência aumenta de forma significativa na Ásia Central

Nenhum país no Top50 teve um aumento maior na pontuação do que o Quirguistão, subindo sete pontos. Classificado em 61º na Lista de Países em Observação (LPO) no ano anterior, o país centro-asiático subiu 14 posições, chegando ao 47º lugar na Lista Mundial da Perseguição (LMP) em 2025 – sua primeira aparição no Top50 desde 2013. Essa foi, de longe, a maior mudança na Lista, e o motivo principal foi um aumento acentuado na violência contra a igreja.
A situação foi parecida no vizinho Cazaquistão, onde foi notado um aumento na violência contra cristãos, o que fez a pontuação subir três pontos em 2025. Isso foi suficiente para fazê-lo subir nove posições, chegando ao 38º lugar. O Quirguistão foi o país que subiu mais posições.  

2. Guerra civil continua no Iêmen e em Mianmar 

Desde 2015, o Iêmen enfrenta uma guerra civil que resultou em um espaço de opressão que atinge as minorias, incluindo os cristãos. Na lei iemenita, é proibido deixar o islamismo ou blasfemar contra a religião, motivo pelo qual alguns cristãos foram presos. A instabilidade resultou em um aumento de 4,6 pontos, uma mudança conduzida principalmente pelo aumento da violência contra cristãos. Isso fez o país subir duas posições, chegando ao 3º lugar. Em todo o mundo, apenas Coreia do Norte e Somália são lugares mais difíceis para os cristãos viverem. 
Com o golpe militar em 2021 e o conflito armado entre exército e forças de oposição em 2024, Mianmar subiu quatro posições. Agora, em 13º lugar, Mianmar faz parte dos países com nível extremo de perseguição. Os cristãos no país, cerca de 8% da população, são visados em meio ao conflito e estão perdendo a esperança de que a guerra acabe logo. O exército ataca cada vez mais igrejas, sob a suspeita de servirem de abrigo para insurgentes. Apenas no estado de Kachin, mais de 100 mil cristãos vivem em campos de deslocados.  

3. Na África Subsaariana, a violência continua 

Desde a Lista Mundial da Perseguição 2023, a pontuação da violência dos 15 países da África Subsaariana no Top50 aumentou cerca de um ponto. Em 13 dos 15 países, a violência é classificada como “extremamente alta”. Por isso, a campanha Desperta África foi criada, como uma resposta a essa persistente realidade. 
A pontuação do Sudão subiu três pontos, fazendo-o alcançar a 5ª posição. Isso ocorreu devido à intensificação da guerra civil iniciada em 2023. Houve um aumento no número de cristãos mortos e violentados sexualmente, bem como de ataques a casas e negócios de cristãos. O número de deslocados internos até meados de 2024 ultrapassou 7,7 milhões, se tornando a maior crise de deslocados no mundo. 
Nos últimos cinco anos, a pontuação do Chade aumentou pelo menos dois pontos, o que fez com que entrasse no Top50 em 2025, na 49ª posição. Apenas o Quirguistão registrou um aumento maior na violência. Muitas vezes, cristãos são vistos como aliados de agentes estrangeiros, sendo deslocados e tendo suas propriedades destruídas ou incendiadas.  
Na Nigéria, as condições não têm como piorar. O país já está, e permanece, entre os lugares mais perigosos no mundo para os cristãos. Sua pontuação é quase idêntica a 2024, atingindo a nota máxima no quesito violência contra cristãos. A Nigéria permanece no Top10, ficando em 7º lugar.

4. A igreja dá sinais de que está se tornando secreta

A pontuação da Argélia caiu dois pontos em 2025. O motivo? Todas as igrejas protestantes foram forçadas a fechar, sendo assim, não há mais nenhuma a ser fechada. Isso fez a pontuação da violência cair no país. Ainda assim, outras formas de pressão aos cristãos se intensificaram. O número de cristãos aguardando julgamento e sentenças é o maior de todos os tempos. A pressão geral combinada ao fechamento das igrejas leva muitos cristãos argelinos ao isolamento. 
A pequena comunidade de cristãos na Líbia tenta evitar de todas as formas uma nova aplicação de medidas severas, como em março de 2023, o que levou muitos cristãos à prisão. Na Síria, o saqueamento de igrejas reduziu um pouco após os terremotos, em fevereiro de 2023. Mas o aumento de criminalidade, corrupção, discriminação religiosa e instabilidade política fomentam o medo, o que leva a uma migração cristã. Além de alterar a demografia de locais históricos da igreja, isso enfraquece as igrejas locais e desafia o futuro dos cristãos na região. 
Com a guerra entre Hamas e Israel, iniciada em outubro de 2023, comunidades cristãs em Gaza e Cisjordânia chegaram à beira da extinção. Em Gaza, ao menos 33 cristãos foram mortos e a maioria das casas foi destruída. Na Cisjordânia, limitações impostas por autoridades israelenses foram enrijecidas e restrições de viagem aplicadas a comunidades cristãs aumentaram. Isso levou muitas famílias cristãs a se mudarem para o exterior ou tentarem fugir. 
A igreja no Afeganistão é profundamente secreta e, por isso, há menos repressão das autoridades talibãs. Por outro lado, esse isolamento da igreja dificulta verificar casos de ataques relacionados à fé. Na China, parece que a época da presença relativamente aberta da igreja está ficando para trás. Igrejas não registradas, que eram toleradas pelo governo, agora são ilegais, com autoridades cada vez mais reforçando regulamentações e restringindo políticas. 

5. México se destaca na América Latina 

Na América Latina, o México teve a pontuação mais alta desde que entrou na Lista Mundial da Perseguição. A pontuação do país subiu na maioria das esferas, porém a da violência foi a mais alta já recebida, além de ser a mais alta entre os países latino-americanos. 
O crime organizado é uma preocupação crescente no México e os cartéis lutam entre si para atingir líderes de igrejas e organizações cristãs. Pesquisadores notaram um salto no número de cristãos mortos e sequestrados por causa da fé, bem como um aumento nos ataques às casas e propriedades de cristãos. O México agora ocupa a 31ª posição, um lugar abaixo da Nicarágua e cinco atrás de Cuba. A última vez que o México esteve em uma posição tão elevada foi em 2005.

Quais são os países onde há perseguição extrema aos cristãos?

A perseguição extrema afeta 13 países, tal como na LMP 2024. No entanto, Myanmar (13.º) passou a enfrentar perseguição extrema, enquanto a Síria (18.º) passou a ter perseguição severa. Para compreender como é feita a pontuação, aceda a Entenda a Lista. Os restantes países com perseguição extrema mantêm-se os mesmos, apenas alterando a sua posição na classificação: Coreia do Norte (1.º), Somália (2.º), Iémen (3.º), Líbia (4.º), Sudão (5.º), Eritreia (6.º), Nigéria (7.º), Paquistão (8.º), Irão (9.º), Afeganistão (10.º), Índia (11.º) e Arábia Saudita (12.º).

Qual é o trabalho da Portas Abertas a partir da LMP 2025?

Com base nos dados da Lista Mundial da Perseguição, a Portas Abertas percebe quais são as maiores necessidades dos cristãos perseguidos e desenvolve iniciativas para apoiar e fortalecer os seguidores de Jesus que mais precisam.
Os projetos de ajuda aos cristãos perseguidos incluem a distribuição de Bíblias e literatura cristã, formação bíblica, apoio socioeconómico e ações institucionais, como assistência jurídica, acompanhamento e investigação.
Para apoiar os cristãos mais necessitados – entre os 380 milhões que há no mundo – a Portas Abertas conta com a generosidade de outros seguidores de Jesus espalhados pelo mundo. Faz a tua doação e ajuda cristãos perseguidos nas suas necessidades físicas, emocionais e espirituais.
Sua doação permite que a ajuda chegue aonde a necessidade é mais urgente.
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